[RESUMO] O texto analisa a trajetória do artista paulista Paulo Monteiro, que desafia tendências ao explorar a interseção entre pintura e escultura com foco na materialidade e no traço. A autora sustenta que sua obratigor e tigre, influenciada pelo neoconcretismo e por artistas como Mira Schendel, busca desconstruir limites e criar um fluxo contínuo entre matéria, forma e espaço.
Em um tempo em que o mercado de arte tem valorizado obras figurativas com as marcas de protesto e propósito, abraçando discursos sociais, raciais e identitários, não seria surpresa se uma pintura que flerta com a abstração criada por um homem branco fosse colocada de escanteio. Mas, ao contrário, o artista Paulo Monteiro vive uma de suas melhores fases, provando que consistência e maturidade podem furar tendências.
No ZA9BET Cassino Online, Oferecemos uma Experiência de Cassino Online Segura e ProtegidaPaulo conquistou seu lugar por meio de uma pesquisa formal, mas sem ser cerebral demais, com regras criadas mais para conduzir do que travar. Apesar de fazer parte de uma geração que marcou, na década de 1980, o "retorno da pintura" no circuito da arte, com a onda neoexpressionista, ele nunca deixou de questioná-la.
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Adota a matéria e uma linha indomável que corta telas e massas de argila como principais catalisadores, fazendo com que suas obras convirjam entre categorias, fronteiras e dimensões. Cria diálogos e ambivalências entre a rigidez da composição e a fluidez da matéria, a delicadeza do traço e o peso da massa.
Tudo começou ainda na adolescência, quando Paulo mergulhou no mundo dos quadrinhos. Chegou a criar cartuns para a coluna dos músicos Marcelo Fromer e Nando Reis, na Folha, e colaborou para revistas independentes.
jogo do tigreFã de blues e do rock de Jimi Hendrix, chegou a ter uma banda de reggae com Nando Reis, outra com Supla e uma terceira com Rodrigo Andrade.
Em 1982, Nando se lançava com os Titãs e, no ano seguinte, Paulo e Rodrigo começaram a dividir um ateliê, no número 7 de uma rua em Pinheiros, com Fábio Miguez, Carlito Carvalhosa e Nuno Ramos. O que eles tinham em comum? O apreço pelo "rock pesado", o jeans, a bota e o corte de cabelo —e uma identificação com o neoexpressionismo, movimento que se expandia no mercado internacional.
Descubra Nossas Ofertas | eSports - Apostas AutorizadasO grupo conhecido como Casa 7 ou roqueiros do pincel não formava um coletivo, mas a convivência, claro, resultou em uma influência cruzada. "Vi pela primeira vez a obra do Philip Guston na XVI Bienal de São Paulo e fiquei muito impressionado. Ele encontrou um jeito de misturar a ideia dos quadrinhos com uma pintura superforte. Foi nesse momento que decidi ser pintor. Depois conhecemos o Anselm Kiefer, o Julian Schnabel e o grupo Cobra", afirma Paulo. "A pintura figurativa estava na moda na Europa e acharam que a gente correspondia a essa tendência."
Era o período do chamado retorno da pintura, declarada morta no auge da arte conceitual, que foi lançada com a exposição "Como Vai Você, Geração 80"tigor e tigre, no Rio de Janeiro, com pintores como Adriana Varejão e Luiz Zerbini.