fortune spinner O que o sal faz com nosso corpo

O sal torna nossa comida mais saborosa. Ele também é essencial para a vida.fortune spinner

O sódio que está presente nesse tempero é primordial para manter a quantidade correta de água no corpo.

Ele também ajuda as células a absorver nutrientes.

O programa The Food Chain ("A Cadeia da Comida", em tradução livre), do Serviço Mundial da BBC, analisou o papel que o sal desempenha no corpo humano e o que acontece quando exageramos nas pitadas desse ingrediente.

A imagem mostra um close-up de uma mão polvilhando um tempero, possivelmente sal ou ervas, sobre uma variedade de vegetais frescos. Os vegetais incluem tomates, cogumelos, pimentões e cebolas, com ramos de alecrim por cima, dispostos de forma vibrante. A cena destaca os ingredientes em um ambiente com pouca luz, criando um tom aconchegante e gourmet. A maioria de nós consome mais sal do que o necessário - Getty Images via BBC A importância do sal

"O sal é necessário para a vida", resume Paul Breslin, professor de ciências nutricionais na Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.

Ganhe Sua 1ª Aposta Sem Risco - Crédito Para Novos Clientes A imagem apresenta uma variedade de petiscos dispostos em tigelas. No centro, uma tigela com batatas chips amarelas onduladas domina a composição. Ao redor, há tigelas com diferentes lanches, incluindo bolachas salgadas redondas, balas de chocolate coloridas, salgadinhos dourados e um mix de castanhas e frutas secas. A cena é vibrante, com um enfoque no contraste das cores e texturas dos alimentos. Os produtores de vários alimentos foram forçados por lei a reduzir a quantidade de sal em diversos países do globo - Getty Images via BBC

"O sal é especialmente importante para células eletricamente ativas, o que inclui todos os neurônios, outras partes do sistema nervoso e os nossos músculos. Ele também é um componente fundamental para a pele e os ossos".

O professor Breslin alerta que, se não tivermos sódio suficiente no organismo, morremos.

A deficiência de sódio leva a um quadro conhecido como hiponatremia, que pode causar confusão, irritabilidade, baixa nos reflexos, vômitos, convulsões e até coma.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma ingestão diária de sal de cinco gramas, com um máximo de dois gramas de sódio. Isso é mais ou menos equivalente a uma colher de chá do tempero.

Mas a ingestão global média é de quase 11 gramas —mais que o dobro.

Isso pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, câncer gástrico, obesidade, osteoporose e doença renal.

A OMS estima que 1,89 milhão de pessoas morrem a cada ano por causa do consumo excessivo de sal.

A imagem mostra cortes de carne seca pendurados ao ar livre, aparentemente em um ambiente rural. Há pedaços grandes de carne, com as costelas visíveis, suspensos em estruturas ou cordas. No centro, também está pendurado um embutido, como salame ou linguiça curada, envolto em uma malha fina. Ao fundo, há árvores sem folhas, indicando uma estação fria, e montanhas ao longe, compondo um cenário natural. A luz é suave, sugerindo um dia nublado ou de inverno. No Cazaquistão, grandes quantidades de sal são usadas para conservar as carnes para o inverno - Getty images via BBC Principal consumidor de sal

Em muitos países, o consumo excessivo de sal é motivado pela quantidade do ingrediente escondida em alimentos processados e industrializados.

Mas as razões para esse exagero também podem ser históricas.

No Cazaquistão, por exemplo, as pessoas consomem cerca de 17 gramas de sal por dia, mais de três vezes a quantidade recomendada pela OMS.

Maryam mora em Astana, a capital do Cazaquistão.

"Isso se deve à nossa herança", justifica ela.

"Por séculos, vagamos pelas estepes, carregando muita carne que precisava ser preservada utilizando o sal."

"As famílias estocavam a carne para o inverno. Elas podiam preservar uma vaca inteira, uma ovelha e até meio cavalo", complementa Maryam.

Oito anos atrás, a filha de Maryam teve alguns problemas de saúde.

Um médico a aconselhou a reduzir alimentos ricos em açúcar, gordura e sal.

A família parou imediatamente de adicionar sal à comida.

"No dia seguinte, quando começamos a nova dieta, o gosto era nojento. Você experimentava a comida, mas não a reconhecia."

Mas essa dramática aversão não durou muito. A família de Maryam logo se acostumou à vida sem adição de sal.

A imagem mostra uma mulher em um restaurante, sentada à mesa, enquanto consome uma refeição. Ela tem cabelo preso, veste uma blusa estampada em tons escuros e sorri levemente para a câmera enquanto leva algo à boca. Sobre a mesa, há um prato branco com restos de comida, uma xícara branca e um cesto contendo pedaços de pão. O ambiente do restaurante é acolhedor, decorado com elementos coloridos, como tecidos estampados nos assentos e iluminação amena, criando um clima agradável e descontraído. Maryam diz que as pessoas no Cazaquistão consomem muito sal devido a uma cultura alimentar moldada pela vida nômade de seus ancestrais - Arquivo Pessoal/BBC Como o corpo reage ao sal

Quando ingerimos sal, ele é detectado pelas papilas gustativas da nossa língua e pelo palato mole da garganta.

"O sal eletrifica o corpo e a mente", diz o professor Breslin.

"Os íons de sódio que compõem os cristais de sal se dissolvem na saliva", detalha o especialista.

Esses íons então entram nas células das papilas gustativas e ativam diretamente essas unidades do organismo.

"Isso gera uma pequena faísca elétrica."

O sal transmite sinais elétricos que fundamentam pensamentos e sensações —então o corpo e a mente ficam excitados.

Quanto sal é demais?

O impacto preciso dos níveis de sal no corpo depende da constituição genética de cada um.

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Mais de um bilhão de pessoas no mundo sofrem com pressão alta.

Reduzir a ingestão de sal pode ajudar a prevenir e a tratar esse problema.

"Quando você tem muito sal no organismo, a primeira coisa que seu corpo faz é diluí-lo. Com isso, o corpo retém água, e a pressão arterial sobe para bombear essa quantidade extra de fluidos", explica Claire Collins, professora de Nutrição e Dietética da Universidade de Newcastle, na Austrália.

Essas consequências são potencialmente devastadoras.

"Se você tem alguma fraqueza em vasos sanguíneos, como os que irrigam do cérebro, eles podem estourar e causar um derrame", alerta a especialista.

No Brasil, o consumo médio de sal fica em 9,34 gramas por dia —um pouco abaixo do resto do mundo, mas ainda assim muito acima das metas da OMS (de 5 gramas diários).

Mas como saber quanto sal você consome no dia a dia?

Um teste de urina pode detectar se o corpo está com muito ou com pouco sal.

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Para ajudar nessa estimativa, você pode também usar um diário alimentar ou um aplicativo que calcula o teor de sódio, como informado nos rótulos de muitos alimentos.

Nenhum dos métodos é particularmente preciso, diz Collins, mas cada um pode ser um indicador útil, para ver se é necessário reduzir nas pitadas ou no consumo de produtos industrializados.

Carne frita com gergelim e verduras em um prato azul em close-up, beshbarmak em um prato com gergelim e verduras, carne cozida no estilo oriental.
Maryam ainda gosta de pratos de carne como o beshbarmak, que tradicionalmente carrega muito sal - Getty Images via BBC Dicas para reduzir o sal

Mesmo que seus níveis de consumo sal estejam elevados, reduzi-los pode não ser tão fácil quanto parece.

Em Astana, Maryam ainda luta para resistir ao prato nacional do Cazaquistão, o beshbarmak, que é uma carne cozida com uma massa.

Os pais dela também não ficaram entusiasmados em abrir mão do sal, apesar de saberem dos riscos.

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O professor Collins incentiva a sempre procurar opções de pão, macarrão ou qualquer outro alimento que apresentem um menor teor de sal.

"Se você cozinhar sua própria refeição, adicione ervas e temperos em vez de sal", sugere ele.

Este texto foi publicado originalmente aqui.

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